domingo, 31 de janeiro de 2010

Tudo é Relativo. Ou não. (Parte 1)




“Tudo é relativo”. Essa frase se tornou um clichê, que tem inspiração na Teoria da Relatividade, criada por Einstein. Mas é claro, como muitas citações populares [ou todas], ela é fruto da má interpretação ou mesmo da deturpação de algo que foi dito. Mas eu vou tentar esclarecer essa teoria que revolucionou a ciência e, provavelmente, no mínimo mudará suas convicções sobre o tempo e o espaço.

DE NEWTON A EINSTEIN

Na escola aprendemos que o tempo é algo estático no sentido de que não depende de observadores, ele varia linear e constantemente para tudo e todos. O mesmo vale para o espaço. Distâncias são as mesmas independentemente de quem as está medindo. Já a velocidade é algo relativo, ou seja, depende de um referencial, não existe velocidade absoluta. Essas máximas estão expressas nas Leis de Newton. Elas valeram até 1905, quando Einstein publicou a Teoria da Relatividade Especial.
Tudo começou quando na sua adolescência o pequeno e inseguro Albert Einstein começou a imaginar o que aconteceria se ele conseguisse correr ao lado de um raio de luz, na mesma velocidade. O pensamento por trás disso é fácil. De acordo com Newton, a velocidade só pode ser medida se comparada com o deslocamento de outro corpo, o famoso referencial. Se dois corpos possuem a mesma velocidade, então os dois estão parados um em relação ao outro. Eles literalmente se vêem parados. É como um carro A correndo exatamente ao lado do outro, B, à mesma velocidade. O motorista do A vê B parado e vice-versa. O que Einstein fez foi aplicar esse raciocínio à luz. O que aconteceria se alguém atingisse a velocidade de 300000 km/s, olhasse pro lado e visse um raio de luz viajando a essa mesma velocidade? Como seria ver a luz parada?!

TEORIA DA RELATIVIDADE ESPECIAL

A solução para esse enigma foi a Teoria da Relatividade Especial. Após vários experimentos cuja descrição aqui seria bem cansativa, Einstein concluiu e comprovou que a velocidade da luz é constante sempre. Ela não precisa de um referencial. Ela é a única coisa no universo, conhecida por nós, que possui velocidade independente do referencial usado. Esse fato trás conseqüências intrigantes.
Imagine alguém andando em um carro a velocidade constante, em uma rua com pedestres e árvores. Com certeza, o motorista ao olhar para as árvores na rua que se localizam bem afastadas do carro, as verá como se estivessem passando em câmera lenta. As árvores mais próximas passarão numa velocidade bem maior. A impressão que dá, dentro de um carro com velocidade constante andando numa rua completamente lisa, é que na verdade são as coisas lá fora é que estão passando pelo carro e não o contrário. Mas com certeza, para um pedestre, o carro é que estará se movimentando pela estrada. O grande trunfo de Einstein foi aplicar essa lógica para o tempo!
Usando o mesmo exemplo de antes, imagine agora que o carro possui no seu painel, um cronômetro e que existe um pedestre também cronometrando o tempo que ele leva para concluir um devido percurso numa velocidade de 180 km/h. Ao final do percurso, o cronômetro do pedestre marca 30s, e, você deverá pensar, obviamente que o cronômetro do carro marcará os mesmos 30s. Mas ele estará constando 29,99999999999952. Sim! Isso significa que corpos em movimento se deslocam mais rapidamente no tempo do que corpos estáticos, como o pedestre. Nesse caso, a diferença foi mínima, mas conforme um corpo qualquer se aproxima de velocidades próximas a da luz, esse tempo economizado passa a ser bem expressivo!

LUZ ABSOLUTA E O TEMPO

Esses exemplos ocorrem a todo tempo em nossas vidas, mas são tão insignificantes para nós, corpos que se deslocam lentamente [com relação à velocidade da luz], que os efeitos da Relatividade não são perceptíveis aos nossos sentidos. Agora darei mais um exemplo, um pouco mais complexo.
Um homem está andando de bicicleta à velocidade constante de 10 km/h, em uma pista perfeitamente lisa. O homem resolve parar e pegar uma bola e jogá-la para frente a uma velocidade de 3 km/h. Depois, ele volta a andar com velocidade constante de 10 km/h e joga a bola estando em movimento! Dessa vez, a velocidade da bola será 13 km/h, por razões já presumíveis. Agora imagine, hipoteticamente, que o homem segura um fóton em sua mão [fóton é a unidade indivisível da luz] e o joga, estando com a bicicleta parada. Esse fóton se deslocará numa velocidade de 300000 km/s. Agora, o homem volta aos seus 10 km/h e tenta jogar o fóton à frente assim como fez com a bola. O normal, de acordo com nossa lógica newtoniana, seria presumir que o fóton dessa vez se deslocará com velocidade de 300.000,002777Km/s., mas não é o que acontece... O fóton vai continuar se deslocando a 300000 km/s! Isso é uma conseqüência direta da constância da velocidade da luz.
Essa capacidade da luz também gera interferências no tempo, apesar de no exemplo acima ela não ser ressaltada [esse efeito também é observado num dos exemplos anteriores, que é o do carro e da medição dos cronômetros]. Agora um exemplo sobre isso:
Em um trem, dois homens estão sentados um de frente para o outro e exatamente no meio deles existe uma lâmpada apagada. Em um banco próximo, existe outro passageiro, solitário. Na plataforma existe uma mulher. No momento em que a lâmpada é ligada, o passageiro solitário vê que a luz atinge os dois homens sentados ao mesmo tempo. Mas e a mulher na plataforma? Ela vê que o homem que está de frente para a direção na qual o trem se desloca está indo em direção ao raio de luz, que por sua vez está indo em direção a ele. O homem sentado na direção oposta à da direção do movimento do trem acaba se deslocando de forma a se distanciar do raio de luz. Conclusão: a mulher vê o primeiro homem sendo atingido mais rápido pela luz do que o outro; e o passageiro solitário vê os dois homens sendo atingidos ao mesmo tempo. Os dois estão certos, isso não é algo subjetivo, é algo realmente inerente às leis da física.

CONCLUSÃO

A explicação para esses efeitos incríveis é a seguinte: na verdade, o movimento de todos os corpos está distribuído entre as dimensões do espaço e do tempo. Dessa forma, um corpo que esteja totalmente estático no espaço, está se movendo totalmente no tempo somente. Já um corpo que esteja se movendo totalmente dentro da dimensão do espaço, estará se deslocando nulamente no tempo. Por “se movendo totalmente dentro da dimensão do espaço”, entenda “estar se deslocando na velocidade da luz”. A única coisa identificada até hoje que possui essa habilidade, de se deslocar totalmente no espaço e fora do tempo, é a luz, por isso, alguém que viajasse na velocidade da luz estaria literalmente viajando no tempo.
Dessa forma, vemos que aquela frase que parecia tão normal e desprovida de complexidade, “Tudo é relativo”, começa a ser entendida. E ela se mostra incorreta, já que a luz é absoluta em seu movimento.
Enfim, a teoria de Einstein é mais ampla, tendo ainda a Teoria da Relatividade Geral, que abordarei em breve.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Maçonaria no Novo Mundo (PARTE 2)


No post anterior, falei de forma sintética sobre a origem oficial da maçonaria. Agora escreverei um pouco sobre como ela se espalhou pelo mundo.
Acho que a maioria das pessoas se lembra, pelo menos vagamente, de que os norte-americanos são descendentes em grande parte de imigrantes ingleses. Talvez os motivos que resultaram nessa imigração estejam esquecidos, mas vou refrescar-lhes a memória rapidamente.
No séc. XVII, a Inglaterra passava por muitas transformações. O país se tornava um dos mais prósperos economicamente da Europa, graças à implantação paulatina de técnicas capitalistas de produção. Como conseqüência disso, as terras usadas para o cultivo principalmente de algodão e para a criação de ovelhas [por causa da lã, que era usada pelas indústrias têxteis para produzir tecido] foram cercadas, o que significa que passaram a ser propriedade privada e os homens que viviam nessas terras e tiravam dali seu sustento, foram expulsos dela. Resultado: a única saída foi fugir para as cidades, que começaram a crescer.
Outro fator importante para a imigração foi a criação da Igreja Anglicana, pelo Rei Henrique VIII, que passou a perseguir os calvinistas, também conhecidos como puritanos. A única opção para os puritanos foi fugir para o Novo Mundo e estabelecer lá sua religião, em paz. O mesmo processo ocorreu para os camponeses expulsos de suas terras. Nas cidades, enfrentavam muitas dificuldades, o que fez com que a notícia de uma terra ao longe para que reconstruíssem suas vidas, os atraíram bastante.

Como alguns de vocês já devem ter deduzido, muitos desses ingleses fujões pertenciam à maçonaria. E foi lá, no Novo Mundo, que ela atingiu o ápice. Ela foi responsável por episódios históricos importantíssimos, que culminaram, em 1776, na Independência das Treze Colônias; a Festa de Boston, em que um grupo de maçons jogou um carregamento inteiro de chá inglês no mar. Mas a influência da Ordem não para por aí. A própria Declaração de Independência foi redigida e assinada por maçons. A influência era tanta que até o primeiro presidente foi um maçom... Mas não um qualquer....mas sim o Grão-Mestre de uma das lojas americanas.

Um pouco mais tarde, em 1789, mais uma revolução que mudaria o mundo seria influenciada pelos irmãos: a Revolução Francesa. Não é coincidência que os 3 pontos que todo maçom inclui em sua assinatura, e o uso do triângulo como símbolo, signifique “liberdade, igualdade e fraternidade”, também ideais da Revolução Francesa.
Na América do Sul a Ordem também teve sua participação: Simón Bolívar, o venezuelano que desejava tornar a América do Sul um único país, também era um irmão. Nós brasileiros, devemos agradecer à maçonaria, em parte, pelo Brasil ter conquistado a independência em 1822. D. Pedro I era um maçom de alto grau. A independência, de fato, foi decidida e planejada em lojas maçônicas, assim como o famoso “Dia do Fico”. Sua influência continuou ocorrendo na República Velha [afinal, Marechal Deodoro da Fonseca era um deles] e até nos anos 30, na crise que envolvia o fascismo e o comunismo. Daí vemos que apesar de supostamente secreta, a maçonaria é bem participativa; daí a frase de alguns maçons: “a maçonaria não é uma sociedade secreta, e sim uma sociedade com segredos.”
Em breve escreverei sobre quais ícones mundiais atuais são membros da Ordem e sobre teorias conspiratórias que a envolvem. Até breve!
OBS: Essas fotos do post são pinturas dos pais fundadores dos EUA, George Washington e Benjamin Franklin respectivamente, ambos com avental usado em reuniões e rituais da maçonaria. Percebe-se um colar com uma espécie de triângulo como pingente, símbolo bastante utilizado por eles também em um anel que todos possuem, em que é mostrado um compasso e um triângulo. Também percebe-se, na pintura de Benjamin Franklin, um "G" na parede. Essa letra é a inicial de God, que eles preferem chamar de Grande Arquiteto.
A outra figura é muito conhecida dos conspiradores, é a pirâmide com o olho que tudo vê, presente na nota de 1 dólar. O olho que tudo vê no cume da pirâmide, destacado dela, simboliza o Grande Arquiteto e a busca do homem pela iluminação e cumprimento dos propósitos de Deus. O fato de o cume estar separado simboliza a parte divina que o homem busca atingir.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Universos Bebês


Por que estamos aqui? Tenho consciência de que é uma pergunta que exige uma resposta bem ampla. A pergunta já foi feita por muitos e muitos já tentaram responde-la, desde filósofos e biólogos, até físicos e astrônomos. Aqui vou me ater aos últimos.

Nós sabemos muitas coisas sobre o universo, coisas que nos fazem entender como ele veio a existir. Tudo começou com o Big Bang, há 13,5 bilhões de anos, momento em que toda a matéria do universo, que antes estava contida num minúsculo ponto condensado, num momento máximo de pressão e aumento de temperatura, se expandiu violentamente espalhando toda a matéria antes condensada. Com o passar dos milhões de anos, estrelas foram se formando por meio do agrupamento de elementos abundantes como hidrogênio e hélio. As estrelas são verdadeiras fábricas de elementos químicos, já que as reações que ocorrem em seu núcleo acabam fundindo o hidrogênio e hélio, formando outros elementos. As maiores estrelas, além de fabricar elementos, ainda guardam uma bela surpresa, no momento de sua “morte. Sua gravidade é tão intensa que viram buracos negros, que possuem gravidade tão intensa que nem a luz escapa de ser sugada.

A fabricação de elementos proporcionada pelas estrelas foi a base para o surgimento de elementos [principalmente o carbono] que constituem a matéria orgânica que formou os primeiros seres vivos e que é a base química para a nossa existência ainda hoje. Isso leva a uma questão complexa, que ainda não foi respondida de forma decisiva pela ciência: descobrimos como o universo se formou, mas por que ele existe em moldes tais que proporcionam o surgimento da vida? Parece que o universo é perfeitamente regulado. Por exemplo: se a gravidade fosse um pouquinho mais forte, as estrelas teriam vida muito curta e nunca haveria tempo hábil para a evolução das espécies; se fosse um pouco mais fraca, não seria capaz de agregar a massa em estrelas. E a atração mútua entre elétrons e prótons? Se fosse diferente do que é, não existiriam átomos estáveis.

É claro que os religiosos têm uma resposta pronta: Deus. Mas os cientistas não ficam satisfeitos com respostas tão simples. O famoso astrônomo Stephen Hawking diz que essa questão é fruto do princípio antrópico, ou seja, é uma pergunta que só pode ser feita porque o universo é dessa forma e nós estamos aqui para questionar isso; em um universo que não existissem as mesmas propriedades, seres como nós não estariam lá e a questão nunca seria levantada.

Alguns cientistas se sentem incomodados com essa explicação, e já que não existem experimentos e nem provas concretas para fundamentar esses argumentos, a imaginação acaba rolando solta. Isso os incentivou a imaginar a existência de um Multiverso. O nosso universo seria só mais um entre muitos outros, talvez infinitos outros. Mas, concordemos todos, essa é uma hipótese tão metafísica quanto à dos criacionistas. Para ela ser um pouco mais concreta, teria que haver um modo de explicar como esses outros universos vieram a existir.

Foi isso que o físico americano Lee Smolin, acredita ter feito. O nome de sua hipótese foi apelidada de Universos Bebês e, curiosamente, foi inspirada em Darwin. Segundo ele, o universo não “anda” em direção ao surgimento da vida, como muitos gostariam de acreditar, e sim, na da formação de buracos negros! Eu mencionei que os buracos negros possuem uma gravidade tão intensa e brutal, que nem a luz escapa deles, lembra? Então, segundo Smolin, os buracos negros são passagens para outros universos, que quando sugam a matéria contida no nosso, acaba transportando-a para esse outro universo, proliferando assim, os moldes de um universo que deu certo, como o nosso. Assim, universos incapazes de gerar buracos negros, não gerariam outros universos e estariam fadados ao esquecimento. A partir daí fica bem clara a analogia com a Teoria da Evolução.

Bom, eu particularmente achei essa uma idéia metafísica, que apesar de ter uma coerência racional, não tem nenhuma base concreta, mas achei que é uma idéia bastante curiosa e que valeria à pena postar aqui. Não devemos menosprezar esse tipo de idéia, já que grandes contribuições para a ciência começam dessa forma, como meras abstrações.

Sugestão de leitura: A Vida do Cosmos – Lee Smolin

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Maçonaria - Origem (PARTE 1)



Aproveitando o lançamento recente do novo livro de Dan Brown, O Símbolo Perdido, decidi fazer uma série de posts dedicados à maçonaria. O primeiro deles é sobre a sua origem.
Imagine que umas 6 pessoas resolvam compartilhar um segredo entre si, e que juram nunca contar esse tal segredo para ninguém. Agora tente estimar a probabilidade de, passados alguns meses, esse segredo continuar sendo dominado apenas por essas 6 pessoas. Tenho certeza que quem tentar estimar algum valor, certamente não estimará um diferente de zero. Isso é muito óbvio, afinal, sempre tem alguém que chega em casa e comenta com a esposa. Esta, por sua vez, vai acabar soltando algo quando for ao salão fazer as unhas; ou então o marido vai acabar puxando a conversa num bar e assim por diante. Mas existe muita gente que acha que a maçonaria conseguiu a proeza de manter um segredo a sete chaves que seria capaz de mudar o mundo. Ninguém sabe se esse segredo existe de verdade, tampouco se tem provas de o que poderia ser.
Para quem gosta de segredos, o melhor é começar com a própria origem dos maçons, cuja versão mais aceita entre eles, que não pode ser comprovada, é a de que a Ordem remonta à época da construção do Templo do Rei Salomão. Nessa época, não existia uma classificação específica para o que especificamos hoje como engenheiros, pedreiros, empreiteiros, arquitetos e etc. Todos eram chamados genericamente de “pedreiro”. Como forma de proteger os segredos do seu ofício, esses homens só revelavam-nos para seus discípulos em ocasiões especiais. Diz a tradição maçônica, que o engenheiro-chefe do Templo, Hiram Abiff, foi assassinado por 3 de seus discípulos, por causa dos tão guardados segredos da profissão; cena que até hoje é encenada nos rituais de iniciação maçônicos. Outros maçons acreditam que os costumes da maçonaria remetem a épocas ainda mais antigas, como a da construção das pirâmides, a da construção da Torre de Babel e até mesmo à construção do universo, realizada em 6 dias por Deus, como diz a tradição judaico-cristã. E tem também aqueles que acreditam no envolvimento dos Templários.
Os historiadores contam outra versão dessa história. Segundo eles, realmente existia o costume de os pedreiros de milênios atrás, manterem as suas técnicas em segredo para que sua profissão não fosse desvalorizada, prática que durou até pouco depois da Idade Média. Inclusive, é daí que vem o termo maçom, do inglês mason, que quer dizer pedreiro. Dessa forma, na Idade Média vários “clubinhos”, compostos por pedreiros, foram organizados. Parece que em algum momento, informações sobre as técnicas de construção começaram a vazar, e o código de conduta dos tais “clubinhos” começou a ficar ainda mais fechado e rigoroso, até que de organizações focadas simplesmente na proteção dos segredos dos construtores, passou a abrigar conceitos esotéricos, alquímicos e rituais simbólicos. De certa forma, esse rigor começou a despertar a curiosidade do público, inclusive de pessoas que não trabalhavam com construção. E para surpresa de muitos, talvez, os nobres começaram a ingressar nas lojas, que é o nome dos locais em que havia as reuniões, já que era chique fazer parte de uma organização tão misteriosa e cheia de segredos. O surgimento da maçonaria como conhecemos hoje, se deu, oficialmente, em 1717, quando os líderes de 4 lojas resolveram unificá-las, formando a Grande Loja de Londres, que existe até hoje e permanece sendo a loja mais importante da maçonaria no mundo todo.
http://www.youtube.com/watch?v=l38ODlMBH6Q [vídeo com a primeira das 9 partes de um excelente documentário do History Channel]

sábado, 9 de janeiro de 2010

A Curiosidade



Quando vemos pessoas que classificamos como imaturas ou bobas, não pensamos duas vezes antes de chamar essas pessoas de “criança”. Provavelmente essa atitude é um reflexo da visão que temos das crianças, isto é, as consideramos seres ingênuos e despreparados para enfrentar o mundo que os adultos dominam e ditam as regras. Mas aqui, vou propor outra visão sobre as crianças; talvez uma visão que venha a ressaltar características suas que muitas vezes são desprezadas pelos adultos injustamente. 
Muitas vezes os rebentos paralisam seus pais ou despertam sorrisinhos de desdém ou desprezo em suas faces, ao fazerem perguntas como: Por que o céu é azul? Por que a noite é escura? Por que as pessoas não caem no espaço, já que a Terra é redonda? De onde veio o Sol e por que ele é quente? 
Podemos dizer que os adultos se tornaram sérios o bastante para acharem perguntas como essas, desprovidas de sentido. Mas vemos que existem alguns adultos que possuem a curiosidade aguçada e o espírito inquieto a ponto de não se contentarem em simplesmente mudar de assunto quando perguntas como essas são feitas ou mesmo quando essas questões surgem em suas mentes. Certamente a filosofia, e mais tarde a própria ciência moderna, surgiram por causa de adultos como esses, que ainda preservavam a curiosidade infantil. 
Um exemplo que imagino que seja emblemático para todos, familiarizados ou não com o mundo da ciência, é Albert Einstein. Aos vinte e poucos anos, no tedioso escritório de patentes na Suíça, onde trabalhava, Einstein começou a imaginar uma situação que poucos adultos seriam capazes de pensar: o que aconteceria se alguém conseguisse voar montado em um raio de luz? Essa questão capaz de deixar pessoas de boca aberta tanto por acharem que é uma questão que elas nunca sequer cogitariam, ou mesmo por estarem pensando “ nossa...esse cara não devia mesmo ter o que fazer pra pensar em algo desse tipo...”, foi responsável pelo nascimento da Teoria da Relatividade, que muitos conhecem só de nome. O trabalho que deu base para os pensamentos iniciais de Einstein foi o de um importante e brilhante cientista chamado Isaac Newton. Imagina o que as pessoas diriam se alguém ficasse inquieto por causa de um questionamento do tipo: Por que as coisas caem? Sem esse tipo de pergunta, Newton nunca teria descoberto a gravidade e elaborado suas equações, assim, não teríamos aviões, não seriam realizadas viagens ao espaço, e nem a teoria de Einstein existiria.
É a essas mentes curiosas, que preservam o espírito incansável, explorador e questionador dos pequenos que o Nerdworking se dedica, ou seja, para aqueles que acham que a solução e investigação de mistérios é tão excitante quanto os mistérios em si.