domingo, 23 de junho de 2013

Confusões entre o método científico e atravessamentos sociais na motivação científica

Os debates suscitados pelo DSM V perpassam várias áreas. A psicologia, a psiquiatria, sociologia e outras, estão fortemente imbricadas nas consequências desse manual (não só pela publicação de um novo, com modificações em relação ao anterior, mas pela existência em si, de um livro como esses). No meio das várias críticas traçadas – nas quais o transtorno pego como Judas é sempre o TDAH – algumas se sobressaem. Umas, por serem muito boas e nos levarem a uma reflexão profunda sobre nossas práticas terapêuticas, as teorias que embasam essas práticas e qual sociedade estamos criando com elas. Outras, destacam-se pela repetição de frases prontas – na verdade, rixas prontas e antigas que quando mencionadas dão ar de intelectualidade – e alguns argumentos falaciosos.

sábado, 15 de junho de 2013

Cortados pela Guilhotina de Hume - Marina Ruy Barbosa e Paes

Recentemente, a atriz Marina Ruy Barbosa se envolveu numa polêmica ao dizer em entrevista que “é difícil mulheres rodadas encontrarem um cara legal”. Logo depois, em sua página de uma rede social, Nana Gouveia, diz:
"Ah! Como eu quis dizer essas palavras quando li o que essa garotinha mimada, preconceituosa e que não sabe absolutamente nada da verdade da vida falou nessa tal entrevista. Marina Ruy Barbosa: 'Criança, suas palavras foram de uma ignorância machista sem dimensões. O que você mostrou com seus comentários foi tão somente que você deseja que as pessoas que lhe considerem uma puritana". 
Fiquei sabendo dessa história ao ver no facebook várias moças que se consideram feministas, criticando a atriz. Diziam, basicamente, o que a própria Nana disse, que Marina era preconceituosa e machista. Pensando na atual linha de raciocínio que as pessoas estão seguindo, a opinião de Marina realmente foi bem retrógrada, principalmente considerando sua idade. Mas acredito que a coisa não seja tão fácil de criticar quanto as feministas acreditam. Existe uma diferença essencial entre o ser e o dever ser que muitas críticas acaloradas e passionais deixam de considerar. Essa diferença consiste em deixar claro que às vezes nossa opinião toma por base aquilo que a sociedade faz, outras, o que a sociedade deveria fazer.