O ano é 2022. Os EUA
diminuíram em 90% seus índices de criminalidade, o país nunca vivenciou tanta paz;
talvez nem o mundo tenha visto. Dizem que não existe almoço grátis na
natureza, e eu acho que essa frase tem algo em seu cerne que diz muito sobre esse
cenário futurista. Paraísos tem um preço, e no caso dessa realidade distópica, o preço é
pago em um dia, em troca de 364 dias de paz. É o Dia do Expurgo. A história fora marcada em antes e depois a partir do momento em que foi proposto que todos os
americanos vivem em absoluta paz e solidariedade em troca da oportunidade de
expurgar toda a sua raiva, ódio, intolerância e agressividade em apenas um dia
do ano; neste dia, a lei não funciona, emergências não funcionam, policiais
tiram folga. Todos sem exceção são liberados para matar, estripar e mutilar
quem quer que seja. Todos os maus sentimentos e intenções seriam expurgados,
como numa catarse psicopática.
Essa é a sinopse de The Purge, que estreou este ano. A plot
é original pois nos dá a oportunidade de refletir sobre a nossa natureza e a da sociedade em que vivemos. Mas, para além das questões sobre se somos realmente
esses animais perversos buscando oportunidades para exercer violência, esse
filme me trouxe importantes questões em relação ao Natal.