sexta-feira, 26 de julho de 2013

Os típicos hábitos de leitura da massa

Convenhamos: o Brasil não é um país de leitores vorazes. Lemos pouco e o pouco que lemos não parece ser literatura de qualidade. Meu objetivo nesse texto não é entrar na polêmica sobre a melhor definição para literatura de qualidade nem em nenhum tipo de objetivismo, relativismo, subjetivismo ou preconceito. Apenas assumamos que auto-ajuda e romances de banca – que parecem predominar como os gêneros mais lidos – não são exemplares óbvios dessa categoria. Também corro o risco de generalizar ao dizer que o brasileiro tem tais hábitos. Obviamente que nem todos se enquadram aí, eu mesmo sou uma exceção. Tendo antecipado as críticas mais óbvias, chatas e ingênuas, espero que as eventuais críticas sejam sagazes e que acrescentem algo ao debate que pretendo suscitar.

Diariamente utilizo ônibus; às vezes uso metrô. Sempre que percebo algum passageiro lendo, tendo a tentar identificar de qual livro se trata. Há muito tempo deixei para trás as esperanças de encontrar mãos folheando algum bom livro de filosofia, ficção científica, ciência, história ou mesmo algum clássico de fantasia e aventura. Só o que vejo são romances eróticos e auto-ajuda. Bom, está certo que muitos livros de filosofia passam por auto-ajuda, pois a filosofia de algum modo nos ajuda e muito, mas falo é da auto-ajuda descarada mesmo, do estilo Como Ser Feliz em 10 Lições, ou outra obra com igual teor trágico. Isso para não mencionar obras de autores como Malafaia e padres em geral.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O Homem de Aço não é o suficiente

“É fácil”, ele dizia.
“Espalhe só algumas sementes de cada vez.
Distribua igualmente no sulcos.
Deixe espaço entre elas.”
Meu pai sabia que nem todas vingariam,
Mas queria dar a cada uma a chance de crescer.
Superman – Paz na Terra

O que os heróis poderiam fazer realmente por nós? Se eles fossem uma realidade, será que só existiriam para enviar super-vilões para prisões especiais de máxima segurança – de onde fogem com frequência – ou fariam algo para não só podar as ervas daninhas do mundo, mas para se certificar de que elas não mais nascessem? E mais: será que podemos falar de alguém perfeito moralmente num mundo banhado pela imperfeição?