É fato que vivemos num país católico - apesar de os protestantes estarem rivalizando bastante nos últimos anos - apesar de oficialmente ele ser laico. Pensando nisso, podemos recordar das últimas eleições presidenciais, principalmente, em que
opiniões religiosas e diversos tipos de crença interferiram no debate político. Aliás, não só no político em si, mas também na avaliação do público sobre o carater e competência dos candidatos. Hoje isso não é mais surpresa, já que projetos políticos que trazem a relação entre religião e Estado pipocam cada vez mais. Recentemente por acaso vi uma notícia pavorosa mostrando que os
religiosos desconfiam dos ateus tanto quanto desconfiariam de um estuprador. Isso mostra o quão contaminado pela visão de que religião tem estreita relação com caráter, o nosso povo está. Talvez isso seja global - e acho que provavelmente é -, como uma herança dos tempos em que o homem não conseguia olhar para si e para o mundo fora das lentes
mitológicas e religiosas, o que o levava a naturalmente relacionar a maioria dos aspectos da vida como estando intimamente ligado à religião. De qualquer forma, creio que seja a hora de enxergarmos esse elefante na sala, e ter crenças religiosas sim, se for o caso, mas não deixar que elas interfiram em esferas que não deveriam, e que a História já nos mostrou estarem fadadas ao desastre.
Reproduzo abaixo o texto do meu amigo Mário,
postado no site dos Livres Pensadores (do qual faço parte, inclusive), e que mostra de uma maneira muito clara grande parte das minhas opiniões.