quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Expurgo no Natal

O ano é 2022. Os EUA diminuíram em 90% seus índices de criminalidade, o país nunca vivenciou tanta paz; talvez nem o mundo tenha visto. Dizem que não existe almoço grátis na natureza, e eu acho que essa frase tem algo em seu cerne que diz muito sobre esse cenário futurista. Paraísos tem um preço, e no caso dessa realidade distópica, o preço é pago em um dia, em troca de 364 dias de paz. É o Dia do Expurgo. A história fora marcada em antes e depois a partir do momento em que foi proposto que todos os americanos vivem em absoluta paz e solidariedade em troca da oportunidade de expurgar toda a sua raiva, ódio, intolerância e agressividade em apenas um dia do ano; neste dia, a lei não funciona, emergências não funcionam, policiais tiram folga. Todos sem exceção são liberados para matar, estripar e mutilar quem quer que seja. Todos os maus sentimentos e intenções seriam expurgados, como numa catarse psicopática.

Essa é a sinopse de The Purge, que estreou este ano. A plot é original pois nos dá a oportunidade de refletir sobre a nossa natureza e a da sociedade em que vivemos. Mas, para além das questões sobre se somos realmente esses animais perversos buscando oportunidades para exercer violência, esse filme me trouxe importantes questões em relação ao Natal.

domingo, 15 de dezembro de 2013

O que é a felicidade mesmo, hein?

A felicidade é o foco de um dos debates milenares da filosofia. Para falar a verdade, todos querem dar pitaco. Aristóteles disse que o que os filósofos e o senso comum chamam de felicidade são coisas diferentes.  É engraçado como algo tão presente em nossas vidas, ao menos em aspiração, seja tão controverso e ambíguo.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Num mundo de mortos, temamos os vivos

Quando terminei de ler o livro, uma das primeiras coisas que ficou rondando minha cabeça, como se fosse um enxame de abelhas, foi: "Para enlouquecer, basta um empurrãozinho"

Essa é uma tradução livre de uma das mais emblemáticas frases proferidas pelo Coringa, em Batman The Dark Knight. Fico na dúvida se ela retrata de forma justa o perfil dos irmãos Blake, em Walking Dead - A Ascensão do Governador

domingo, 3 de novembro de 2013

Qual o problema com o reducionismo?

Essa é uma pergunta que tento responder desde o início do meu curso de graduação em psicologia. Até hoje não obtive sucesso. Observo também que os maiores críticos do chamado reducionismo não conseguem expor de forma clara seus motivos; o máximo que conseguem é expor uma série de chavões holísticos. Esse é um tema extremamente delicado na psicologia, de maneira que tive que – acidentalmente – partir para a filosofia para tentar entender um pouco essa briga.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A bolhas de realidade do Justiceiro

“Todos os seres tem a natureza primordial, estamos na mandala primordial, tudo bem, não tem perigo nenhum. A nossa dificuldade é que, nós construímos as bolhas de realidade, não percebemos que estamos fazendo isto, penetramos em bolhas específicas, e ali dentro, temos a experiência do que é chamado Samsara.
Nesta Roda da Vida nós penetramos através dos elementos, construímos coisas artificiais, tentamos sustentar aquilo de qualquer jeito, nos identificamos com aquilo que aspiramos. Surge uma identidade que opera de forma cada vez mais hábil, ou seja, cada vez mais responsiva, cada vez menos consciente, no sentido de ter uma avaliação sobre sua própria operação.” ~Lama Padma Samten
Tem dias que eu percebo que algumas pessoas são como o Justiceiro. Frank Castle era um agente especial que teve a família brutalmente assassinada por mafiosos. O grupo buscava vingança. A partir daí, a vida de Castle passou a ser um verdadeiro inferno. Cheia de raiva, ódio, desejo, obsessão, violência e apenas um objetivo: vingar a morte de seus entes queridos aniquilando todo marginal ou super-vilão que passasse pela sua frente. E por aniquilar, não estou querendo dizer capturar e entregar de mão beijada para as autoridade, como faz Batman. Falo de apontar a escopeta e vaporizar cabeças.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Uma lição de discriminação

Todos deveriam assistir a este Uma Lição de Discriminação. Principalmente porque vivemos num mundo de pessoas preconceituosas [por mais que muito disso seja mimimi]. Também vivemos numa época em que explicações que vão além da história de determinado tipo de discriminação, são consideradas reforçadores destes. Por exemplo, o que seria dito se argumentassem que o comportamento preconceituoso faz parte da natureza humana?

sábado, 7 de setembro de 2013

Focando sua mente de macaco

Regras, regras, regras!
Se tem regras não é zen.
Elas me deixam LOUCO!
~Comentário em Ser Zen ou Praticar Zen

Shunryu Suzuki Roshi
Se observarmos bem a nós mesmos, nossa mente também é assim. Nossa mente de macaco, como diria Suzuki Roshi:
...."quando você não acredita no significado da prática que está fazendo neste momento, nada pode ser feito. Está às voltas com o objetivo, com a sua mente de macaco. Está sempre procurando por algo sem saber o que está fazendo. Se você quer ver uma coisa, deve abrir os olhos."... ~Texto de Shunryu Suzuki, extraído do livro "Mente ZEN, mente de principiante"
A nossa mente nunca fica parada, sempre está procurando algo para perscrutar. É como se fosse um esquilo ou um cão, permanentemente farejando tudo à volta.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Muito Além do Peso - O que você pensa sobre seus hábitos alimentares?

Falar sobre este documentário e divulgá-lo é potencialmente um poderoso instrumento contra a ignorância de adultos e crianças sobre alimentação. Digo “potencialmente” porque essas preciosas ações podem simplesmente entrar por um ouvido e sair pelo outro, principalmente se isso é feito em redes sociais, onde é bem mais fácil parar para ler um post sobre futebol ou qualquer imagem engraçadinha do que qualquer outra coisa que realmente agregue conhecimento e qualidade às nossas vidas.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A pontualidade pode salvar sua vida

Algumas situações me deixam de cabelos em pé. Não vou bater o martelo dizendo que trata-se de uma cultura típica do Brasil, nem mesmo dos cariocas. Pode até ser, mas agora não importa, pois em maior ou menor grau, raciocínios como os que eu citarei existem pelo mundo todo, certamente. Indo direto ao ponto: por que as pessoas não conseguem entender que muitas vezes aquilo que é ordenado que elas façam – direta ou indiretamente por uma ameaça de punição – é para o próprio bem delas e dos que estão ao redor?

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Notas sobre a JMJ, Igreja e protestos

Acabamos de passar pela popularmente chamada semana do Papa, do evento oficialmente intitulado Jornada Mundial da Juventude. Algumas pessoas devem estar achando estranho eu não ter me pronunciado aqui sobre isso e essa omissão se deve a dois motivos: o primeiro é que vi muitas pessoas pelo facebook fazendo comentários positivos e negativos e eu sempre estava lá opinando também, e sempre que eu mesmo postava algo, fãs e críticos também chegavam junto no post; assim por um tempo achei desnecessário escrever algo por aqui. O segundo e último motivo foi que achei melhor observar e pensar claramente sobre o significado desse evento, sobre as controvérsias que gerou e por aí vai. Não vale ser precocemente contra, devemos sempre tentar analisar a coisa o mais imparcialmente possível.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Os típicos hábitos de leitura da massa

Convenhamos: o Brasil não é um país de leitores vorazes. Lemos pouco e o pouco que lemos não parece ser literatura de qualidade. Meu objetivo nesse texto não é entrar na polêmica sobre a melhor definição para literatura de qualidade nem em nenhum tipo de objetivismo, relativismo, subjetivismo ou preconceito. Apenas assumamos que auto-ajuda e romances de banca – que parecem predominar como os gêneros mais lidos – não são exemplares óbvios dessa categoria. Também corro o risco de generalizar ao dizer que o brasileiro tem tais hábitos. Obviamente que nem todos se enquadram aí, eu mesmo sou uma exceção. Tendo antecipado as críticas mais óbvias, chatas e ingênuas, espero que as eventuais críticas sejam sagazes e que acrescentem algo ao debate que pretendo suscitar.

Diariamente utilizo ônibus; às vezes uso metrô. Sempre que percebo algum passageiro lendo, tendo a tentar identificar de qual livro se trata. Há muito tempo deixei para trás as esperanças de encontrar mãos folheando algum bom livro de filosofia, ficção científica, ciência, história ou mesmo algum clássico de fantasia e aventura. Só o que vejo são romances eróticos e auto-ajuda. Bom, está certo que muitos livros de filosofia passam por auto-ajuda, pois a filosofia de algum modo nos ajuda e muito, mas falo é da auto-ajuda descarada mesmo, do estilo Como Ser Feliz em 10 Lições, ou outra obra com igual teor trágico. Isso para não mencionar obras de autores como Malafaia e padres em geral.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O Homem de Aço não é o suficiente

“É fácil”, ele dizia.
“Espalhe só algumas sementes de cada vez.
Distribua igualmente no sulcos.
Deixe espaço entre elas.”
Meu pai sabia que nem todas vingariam,
Mas queria dar a cada uma a chance de crescer.
Superman – Paz na Terra

O que os heróis poderiam fazer realmente por nós? Se eles fossem uma realidade, será que só existiriam para enviar super-vilões para prisões especiais de máxima segurança – de onde fogem com frequência – ou fariam algo para não só podar as ervas daninhas do mundo, mas para se certificar de que elas não mais nascessem? E mais: será que podemos falar de alguém perfeito moralmente num mundo banhado pela imperfeição?

domingo, 23 de junho de 2013

Confusões entre o método científico e atravessamentos sociais na motivação científica

Os debates suscitados pelo DSM V perpassam várias áreas. A psicologia, a psiquiatria, sociologia e outras, estão fortemente imbricadas nas consequências desse manual (não só pela publicação de um novo, com modificações em relação ao anterior, mas pela existência em si, de um livro como esses). No meio das várias críticas traçadas – nas quais o transtorno pego como Judas é sempre o TDAH – algumas se sobressaem. Umas, por serem muito boas e nos levarem a uma reflexão profunda sobre nossas práticas terapêuticas, as teorias que embasam essas práticas e qual sociedade estamos criando com elas. Outras, destacam-se pela repetição de frases prontas – na verdade, rixas prontas e antigas que quando mencionadas dão ar de intelectualidade – e alguns argumentos falaciosos.

sábado, 15 de junho de 2013

Cortados pela Guilhotina de Hume - Marina Ruy Barbosa e Paes

Recentemente, a atriz Marina Ruy Barbosa se envolveu numa polêmica ao dizer em entrevista que “é difícil mulheres rodadas encontrarem um cara legal”. Logo depois, em sua página de uma rede social, Nana Gouveia, diz:
"Ah! Como eu quis dizer essas palavras quando li o que essa garotinha mimada, preconceituosa e que não sabe absolutamente nada da verdade da vida falou nessa tal entrevista. Marina Ruy Barbosa: 'Criança, suas palavras foram de uma ignorância machista sem dimensões. O que você mostrou com seus comentários foi tão somente que você deseja que as pessoas que lhe considerem uma puritana". 
Fiquei sabendo dessa história ao ver no facebook várias moças que se consideram feministas, criticando a atriz. Diziam, basicamente, o que a própria Nana disse, que Marina era preconceituosa e machista. Pensando na atual linha de raciocínio que as pessoas estão seguindo, a opinião de Marina realmente foi bem retrógrada, principalmente considerando sua idade. Mas acredito que a coisa não seja tão fácil de criticar quanto as feministas acreditam. Existe uma diferença essencial entre o ser e o dever ser que muitas críticas acaloradas e passionais deixam de considerar. Essa diferença consiste em deixar claro que às vezes nossa opinião toma por base aquilo que a sociedade faz, outras, o que a sociedade deveria fazer. 

sábado, 25 de maio de 2013

A discussão sobre o DSM continua: mas será que as críticas estão, todas as vezes, corretas?


Depois que escrevi um texto criticando o artigo da Eliane Brum, muitos comentários surgiram, principalmente no facebook. Eles foram bem relevantes pois só me fizeram constatar algo que já percebia há tempos: as pessoas das áreas de Humanas não entendem bem como funcionam outras áreas. E, em parte, isso não é culpa exclusiva dos alunos, mas de todo um sistema que sustenta uma guerrinha besta entre os “biologizantes e os humanistas”, como se meio ambiente, organismo e comportamento estivessem desconectados. Inclusive, já abordei temas relacionados a isso por aqui

Os alunos e o público em geral não compreendem bem a relação entre biologia, comportamento, mente, cérebro, psicologia, subjetividade, ambiente, cultura, sociedade e etc. Na teoria, eles (galera de Humanas) dizem que todos esses elementos nos atravessam, resultando no que somos, mas na prática, vá numa sala de aula tentar explicar humildemente o aspecto biológico de dado comportamento. Virá uma avalanche de adjetivos como reducionista, determinista, biologizante e etc. Mas se você menciona influências sociais, aí é aplaudido; não precisa nem dizer que outroas esferas interferem na questão, só o social os satisfaz (Leia Inato x Aprendido 1 e 2).

terça-feira, 21 de maio de 2013

O DSM não é tão vilão assim

A Eliane Brum é uma ótima articulista - de acordo com minha opinião "colifórmica" que provavelmente não é muito qualificada para julgá-la - mas acho que quando ela e outros resolvem criticar o DSM o que vem é uma "chuvarada" de senso comum e precipitações. Sim, esse novo DSM (o manual que contém todos os transtornos psiquiátricos catalogados até então) contém muito mais transtornos, de forma que facilmente o leitor desavisado pode ler e já ir se encaixando em algum perfil lá dentro. Mas o que isso significa? A resposta se entrelaça com a própria intenção por trás do DSM: o manual existe para que os psiquiatras do mundo todo possam agir uniformemente à respeito de diagnósticos e tratamentos. É uma mera formalidade necessária se não quisermos criar uma clínica extremamente subjetiva em que vale tudo em termos de tratamentos, teorizações e etc e que ao mesmo tempo, por tanta diversidade, não se chega a lugar algum nem prática nem teoricamente. O manual não serve para que compre cada cidadão o seu exemplar e saia por aí se diagnosticando, como se fosse um horóscopo do jornal de domingo.

domingo, 5 de maio de 2013

Iron Man 3: Foi bom ou não?



É a primeira vez que opino publicamente por aqui sobre algum filme de herói. Sou fã incondicional de quadrinhos, daqueles que vai ao cinema prestigiar a adaptação mesmo sabendo que pode vir uma bomba pela frente – como veio nos dois filmes do Motoqueiro Fantasma.

Por que resolvi fazer isso só agora? Não sei ao certo. Uma das minhas hipóteses é que eu fiquei tão estupefato com os últimos filmes da Marvel e da DC, que me senti até inibido ou bloqueado para escrever algo. Mas, bom, isso é sobre porque eu não tinha escrito antes, mas não responde por qual motivo fiz agora. Defendo a ideia de que Homem de Ferro 3 foi um filme empolgante – seria impossível não ser com o Robert Downey Jr. – mas que teve falhas e excessos que me fizeram respirar e analisar a coisa um pouco longe do calor escandante de “marveteiro”.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O paradoxo da escolha na autonomia do paciente



Autonomia do paciente: o que parece uma coisa boa,

mas na verdade é uma transferência de responsabilidade de decisão

entre quem sabe alguma coisa – o médico – para alguém que

não sabe nada, pode estar doente e não estar na

melhor condição de tomar decisões – o paciente.

 
O video do Barry Schwartz é para todo aquele que já se sentiu perdido ao chegar no MacDonald’s e ficou perdido na fila do caixa enquanto olhava para todos aqueles sanduíches, tentando decidir qual o melhor deles. Ou então, para aquele que vai numa loja de roupas comprar uma calça jeans e tem um choque quando chega e não encontra uma calça jeans, mas uma enorme variedade delas ao ponto de não sabermos qual a que melhor supre nossas necessidades – isso quando as tais necessidades na verdade em sua maior parte não são luxos criados pela sociedade capitalista.

sábado, 13 de abril de 2013

O que eu estudo e o que pensam que eu estudo em Psicologia

Freud: até hoje discute-se muito se sua criação - a psicanálise - é mesmo psicologia ou um ramo independente. O fato de ser possível virar psicanalista sem graduação em psicologia é sugestivo, não?
Estou já terminando meu curso de psicologia, e nesses quase 5 anos venho convivendo com diversos mitos sobre o que o psicólogo faz e, principalmente, no que concerne à minha situação atual, sobre o que estudam. De certa forma, entendo que para quem está de fora tais temas possam soar um tanto misteriosos – e, de fato, passei por isso ao ficar matutando sobre o que afinal eu iria ver na faculdade, na época do vestibular. Mesmo assim, apesar de equívocos naturais, aparecem alguns que são difíceis de engolir pela própria falta de bom senso.

terça-feira, 2 de abril de 2013

"Quem vê cara, vê coração": uma possível forma de identificar criminosos violentos



Há algum tempo escrevo artigos sobre neurociência das emoções e expressões faciais para o Ibralc (Instituto Brasileiro de Linguagem Corporal). Em dos mais recentes textos, abordei a possibilidade de inferirmos se um sujeito é psicopata, somente através da observação da face neutra. Segundo o estudo no qual me embasei, a estrutura esquelético-muscular da face poderia revelar algo sobre isso.

O post foi polêmico, muitas pessoas mencionaram que seria um retorno à frenologia, à Lombroso, mas o que tentei explicar é que eu tinha me baseado em um estudo, não era eu quem estava afirmando aquilo. E, além disso, o próprio autor do estudo em questão ressalta que trata-se de um experimento pioneiro, e que seus resultados deveriam ser replicados por outras pesquisas.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Asimov ensina ciência aos pós-modernistas



Os leitores mais assíduos aqui já devem estar acostumados às minhas reclamações sobre o quanto as Ciências Humanas (principalmente o ramo pós-medernista) me decepcionaram, se comparar o que pensava delas antes da faculdade e o que passei a pensar depois. Não é raro ver que na verdade não há uma busca realmente motivada por encontrar a verdade (ainda que nenhuma ciência consiga de fato encontrá-la, mas sim criar modelos mais ou menos eficientes para explicar fenômenos; modelos estes que vão sendo aperfeiçoados com o tempo e mais pesquisas), mas sim pela moralização de determinados conhecimentos. 

sexta-feira, 1 de março de 2013

Globo tentando validar energia positiva em entrevista com Suzana Herculano



Esse é mais um dos posts em que me indigno com a capacidade que a Rede Globo tem de propagar ideias pseudocientíficas. O veículo mais comum é as novelas. Tudo bem, muitas vezes elas só retratam o que já está transitando na realidade, na sociedade. Todavia, a pergunta é: por que eles NUNCA dão voz a ideias científicas que, afinal, também fazem parte da sociedade? É claro que um viés existe aí. 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A controvérsia do cumprimento no aikido: diferenças entre Ocidente e Oriente



O aikido, como arte marcial de tradição japonesa, é repleto de vários cumprimentos. Nos curvamos diante de nosso sensei, diante de nossos colegas mais graduados e dos menos graduados também, e, claro, diante da foto de Ueshiba (O Sensei). Pode parecer mera formalidade tola, mas esse é um costume de precioso valor simbólico e prático. Mas, muitas vezes, enfrentamos os problemas típicos de transportar uma tradição de outra cultura, para a nossa, a ocidental. Nesse sentido, algumas pessoas se sentem incomodadas, principalmente com a reverência a O Sensei. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O que é meditação?

 Postado também no Socialmente

Há poucos anos atrás, o estudo científico da meditação era praticamente inexistente. Foi isso o que afirmou Philippe Goldin, um pesquisador da Universidade de Stanford, em uma palestra que ele deu sobre esse assunto na universidade. Entretanto, nos últimos anos, esse cenário mudou drasticamente. A meditação se tornou um dos assuntos mais “quentes” (e sexy) na psicologia e na neurociência. Ela é comumente associada ao Budismo, embora diversas culturas tenham desenvolvido e praticado ela ao redor do mundo desde tempos muito remotos (segundo a Wikipédia, desde que a humanidade existe praticamente O.O).

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O que aprendi nas conversas sobre Silas Malafaia



Fevereiro está sendo um mês movimentado na internet graças à entrevista do pastor Silas Malafaia no programa da jornalista Marília Grabriela. Não me supreendi com nada que aconteceu ali, até mesmo o óbvio descontrole da apresentadora foi esperado, afinal, é difícil encontrar alguém que sobreviva serenamente às táticas e falas do pastor. Além de seu tom de voz agressivo e fala ininterrupta que constantemente interrompe o interlocutor, seus argumentos em si são tão radicais que é complicado manter a imparcialidade. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Por que o Batman não mata o Coringa? O dilema filosófico de Bruce Wayne

Quantas vidas você prejudicou, 
quantas famílias arruinou,
por deixar o Coringa vivo...?
E por que?Por causa de seu dever?
Seu senso de justiça? 
 – Jason Todd


O Coringa é o arquiinimigo do Homem Morcego. Já causou inúmeras mortes brutais. Surrou um dos Robins até a morte e torturou a filha do Comissário Gordon até que desse o último suspiro e depois ainda mostrou as fotos da mulher nua e acabada para o policial; e isso só para não mencionar as inúmeras mortes de cidadãos comuns de Gotham. Batman sofre com o Coringa, a população e a polícia também. Não seria melhor, então, que nosso herói mascarado acabasse de uma vez por todas com esse crápula? Muitos diriam sim, mas a resposta não é tão fácil assim se formos analisar profundamente o dilema moral de Bruce Wayne.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sobre o meu ateísmo


“A mitologia pode, num real sentido, ser definida

como a religião de outro povo. E a religião pode,

num certo sentido, ser entendida como

uma incompreensão popular da mitologia.”

Isto és Tu – Joseph Campbell



Sempre fui ligado às religiões, apesar de não praticar nenhuma. Talvez isso seja um misto de interesse pessoal pelo Mistério juntamente com as influências da minha família, que sempre foi plural em suas crenças, me fazendo ir em igrejas, centros de religiões afrobrasileiras, centros kardecistas e etc. Ou, quem sabe, esse contexto em si foi o que produziu em mim o desejo de conhecer mais sobre essas coisas.



O fato é que hoje vejo que apesar de na minha infância ter sempre visto a mim mesmo como religioso – ou pelo menos crente em Deus – eu não era nada disso. Eu acreditava em nada mais que no Deus das lacunas. Sempre gostei muito de ciência, de forma que quando não podia explicar algo por ela, acabava apelando para a religião, milagres, influências de Deus, santos, anjos. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Pensar no não-pensamento



Em resumo fazer zazen é parar de fazer tudo,

ficar de frente para a parede e sentar,

sendo apenas você mesmo que é somente o self, o eu, o si mesmo – Daissen  


O zen-budismo não é uma religião, tão pouco uma filosofia – ao menos não no estilo grego que conhecemos. Como li certa vez num post no blog do monge Gensho, trata-se de um pragmatismo dialético psicológico. E como tudo vindo do Oriente, é misterioso à primeira vista. Um de seus pressupostos mais intrigantes é o de que para vermos as coisas como são, devemos abdicar da dualidade constante que caracteriza nossas vidas – bom e ruim, escuro e claro, chato e legal, difícil e fácil – permeadas pela linguagem. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Seja seu próprio terapeuta




Veja aqui o link de um video muito interessante, em que uma monja da tradição budista tibetana fala sobre como o budismo pode nos ensinar a sermos nossos próprios terapeutas. Para quem conhece o básico do budismo, isso não é uma novidade, estando mais para um insight bem comum. 


Um dos fundamentos da prática budista é que há a impermanência, tudo é perene. E é verdade, pense em qualquer coisa: essa coisa é perene. Do prazer provocado pela degustação de um chocolate até o prazer da prática de um esporte ou de se estar com quem se ama. Todas essas coisas passam e podem dar lugar a momentos de tristeza e angústia. É algo cíclico. 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

30 Dias de Noite: Vampiros de Respeito


Um dia estava lendo um exemplar de Vampiro Americano – uma ótima HQ com roteiro escrito por Stephen King – e uma amiga ao ler o título da capa perguntou: “Ih! Vampiros! É romance?” Quando respondi que era uma história de vampiros de verdade ela não disse nada, pareceu não se interessar. Ok, nesse dia eu vi que o Efeito Crepúsculo tinha vindo para ficar. 

sábado, 5 de janeiro de 2013

O materialismo espiritual das festas de fim de ano



Todo fim de ano é a mesma coisa: o Natal e o Ano Novo fazem todos se felicitarem, aplaudir fogos, comprarem grandes perus de Natal e ceiar com amigos e familiares. Além disso, uma verdadeira onda de altruísmo e amabilidade parece perpassar a todos. Eu sempre me pergunto de onde vem tal coisa e qual a sua veracidade e, ainda, se indagar sobre isso é válido ou não. 


Se formos realistas e dermos uma boa lembrada em todo o ano, veremos que a maior parte dele não é preenchida por toda essa alegria e entusiasmo com o próximo. Somos mal educados, temos má vontade, não temos paciência para aturar velhos costumes que se repetem, pecuinhas, ranhetices e etc. Claro, o bom e velho amor também aparece, assim como outros bons sentimentos. Não sou pessimista nesse sentido.