sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O choque mental de 1984



A leitura do livro 1984 foi impactante em muitos sentidos. O livro foi escrito em 1948, mas parece descrever um futuro muito próximo do que nós vivemos, pelo menos em relação a certos aspectos. Ele nos faz refletir sobre o mundo em que vivemos (passado e presente) e no qual viveremos, bem como o que desejamos para esse futuro e quais as consequências imprevistas disso. Mas ele também reserva uma boa dose de reflexão a cerca de nós mesmos. 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Aprendendo a pensar cientificamente na escola. Só que não.



Que eu lembre, foi a partir do Ensino Médio que eu comecei a desenvolver um raciocínio científico um tanto apurado, se for comparar com a maioria das pessoas da minha idade. Não que antes eu já não me interessasse pelo assunto, mas penso que foi nessa época que eu me senti mais confiante para analisar coisas que eventualmente lia ou ouvi por aí, inclusive dos próprios professores. 

E nessas reflexões, algo que sempre ficou claro – e que foi ficando mais ainda com o tempo – é que existem duas formas de abordar ciência em sala de aula: a primeira, diz respeito ao ensino das descobertas da mesma através das disciplinas. A outra versa sobre o uso prático da estrutura de pensamento científico em sala de aula. O que isso quer dizer? 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ensinar ou não ensinar a variação linguística?



Erros de português sempre incomodam, não adianta negar (como a irritante mania mais novade falar “reprovei” ao invés de “fui reprovado”). Claro, uns incomodam mais que outros, mas o que não consigo entender mesmo é o motivo pelo qual algumas pessoas defendem o “direito” de se errar a língua que falamos. Acredito que o objetivo oficial da chamada “variação linguística” não seja esse, mas sim fazer os alunos vêem que o que hoje é chamado de português formal ou norma culta da língua é algo convencionado ao longo da história de determinado grupo social. 

Além disso, é  difícil falar numa norma culta no sentido de algo estático a ser seguido porque ela está sempre variando, a língua é viva. No entanto, eu ainda me pergunto: será que ensinar isso para crianças e adolescentes no colégio é produtivo? 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O problema das feministas com a psicologia evolucionista


Qualquer pessoa que já leu sobre psicologia evolucionista (PE) pode reparar que ela possui inimigos declarados. Em geral, eles estão espalhados pelas ciências humanas [leia um texto que escrevi descrevendoespecificamente o radicalismo da psicanálise]. Arrisco dizer que isso deve-se ao fato de que nessa área, os estudiosos não raramente tem um profundo apego por escritos antigos, que deixam de levar em conta muito do conhecimento produzido até então, bem como um explícito senso de antropocentrismo.

Em uma discussão num fórum pela internet, uma vez, conversei com uma pessoa que se dizia socióloga ou filósofa, não lembro bem. Falávamos sobre darwinismo e ele discordava veementemente da teoria. Ninguém é obrigado a gostar do assunto, mas discordar no mínimo é algo que tem que ser feito com propriedade. Mas não foi o caso, pois o cara simplesmente começou a apelar para argumentos de Platão e Aristóteles, que falavam de essência da espécie. Nessa visão, uma espécie não poderia virar outra ou ser modificada de nenhuma forma pois ela tinha uma essência; como gato, um gato tem essência de gato, então, sua espécie não vir a se tornar outra futuramente, por exemplo.