Na madrugada de hoje, dia dois de maio, foi confirmado o assassinato do “líder” da Al-Qaeda, Osama Bin Laden. É impressionante ver como as autoridades americanas envolvidas no assunto se vangloriam e não enxergam algo pior que está diante dos seus próprios olhos. O terrorismo tem raízes profundas na história humana, principalmente na região do Oriente Médio e dificilmente a morte de Osama vai apagá-lo; ainda mais incoerente é a comemoração dos americanos se levarmos em conta que a Al-Qaeda há muito tempo não conta com um líder.
Terrorismo é o uso de violência, física ou psicológica, através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo ou da população governada, de modo a incutir medo, terror, e assim obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população do território. Wikipédia
Raízes do Mal

Hoje

De acordo com Norm Dixon, Bin Laden passou a ser considerado “terrorista” pelos Estados Unidos quando se pronunciou contra a presença de 540 mil soldados norte-americanos na Arábia Saudita, a partir da Guerra do Golfo em 1990-91. Metrópolis
Esse foi o momento em que a problemática com o Oriente Médio realmente começou. E aqui estamos hoje, com a notícia da morte do terrorista mais procurado do mundo. Nem mesmo sabemos se devemos acreditar na veracidade da informação, já que o corpo não foi mostrado (a única foto apresentada na internet é uma falsificação descarada; veja abaixo) antes de ser jogado no mar. A evidência que os americanos sustentam é o DNA de Bin Laden. Mas o fato de o teste ter sido positivo não prova que o homem está morto e sim que seu material genético foi apreendido de alguma forma.
Seja como for, Tio Sam não tem tantos motivos para comemorar. Certamente sua morte foi um golpe certeiro na organização, mas não o suficiente para que ela se dê por vencida ou abalada gravemente. Ahmed Rashid, especialista em Talibã e Paquistão, diz em artigo no site da BBC, que há anos a Al Qaeda abandonou o modelo de liderança centralizada; em outras palavras, Bin Laden não era mais o líder. Agora o grupo terrorista conta com uma rede capilar em que, sem um ponto central de comando, basta qualquer um que sinta simpatia pelos seus preceitos e objetivos, sair por aí com uma bomba amarrada na cintura e puxar a cordinha. “Hoje a filosofia da Al-Qaeda é ‘um homem, uma bomba’. A rede virou uma espécie de ‘franquia’ que também atua através de grupos aliados ou inspirados por sua filosofia.”, diz Ahmed Rashid. No fim das contas, parece que Osama Bin Laden foi o grande vencedor, mesmo comendo capim pela raíz. Foi, sob seu comando, que o Pentágono foi danificado e um dos maiores símbolos americanos foi completamente destruído. Foi graças a essa atitude, que teve como consequência a morte de centenas de pessoas, que a sua causa é conhecida agora mundialmente. Por causa desse evento monstruoso é que o islamismo hoje é tão conhecido quanto qualquer religião cristã. E, foi graças ao seu suposto assassinato, que talvez sua ex-organização terrorista invista em ataques pelo mundo todo (alguém duvida que no mínimo mais um atentado aos EUA ocorra? Pelo menos um carro bomba acredito que vá rolar) em busca de vingança pela morte de seu ícone.
Referências:
Rafael Mattos · 727 semanas atrás
Felipe C Novaes 57p · 727 semanas atrás