terça-feira, 13 de abril de 2010

Tudo é Relativo. Ou não (Parte 2)

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Essa é a segunda parte do texto [ver primeira parte] que mais uma vez mostra o brilhantismo de Einstein. Sua segunda teoria: A Relatividade Geral.

Newton, com a Lei da Gravitação Universal, dizia que a gravidade é uma propriedade que varia de acordo com a massa e com a distância em que um objeto está em relação a outro. Máxima expressa em equações. Só que Einstein foi o único que identificou um erro muito sutil, nessa equação. Newton não levava em consideração a variação de tempo em que um corpo fica na presença de outro. E isso significa que, para a física newtoniana, qualquer perturbação entre a distância e massa seria sentida imediatamente pelos corpos envolvidos. Por exemplo, se o Sol desaparecesse as perturbações gravitacionais decorrentes disso seriam sentidas por nós imediatamente, segundo Newton. Mas isso entra em desacordo com a Teoria da Relatividade Especial, que diz que nada pode se deslocar numa velocidade maior que a da luz. Logo, teria de decorrer um tempo entre o desaparecimento do Sol e a nossa percepção disso.[saiba mais] Tal corpo, para realizar essa proeza teria que ter uma energia infinita porque quanto mais rápido ele se desloca, mais energia ele precisaria pra manter o deslocamento e se acelerar. Na velocidade da luz, essa energia estaria num patamar infinito. A luz demora aproximadamente 8 minutos pra chegar até a Terra, como então a informação sobre a gravidade poderia chegar até nós em menos tempo? Pior...como poderia chegar instantaneamente?






Einstein notou isso e começou a trabalhar para resolver o problema. Outra questão que estava começando a dar problemas na época era a questão da natureza da gravidade. O que, afinal, é essa força? Nem Newton ousou responder isso. A única coisa que se sabia era que ela promovia atração entre a matéria. Einstein descobriu, através de diversas observações, dentre elas um eclipse em Sobral, aqui no Brasil, em 1919, que a luz é curvada pela gravidade. Assim foi comprovada a tese de Einstein.

Mas e a gravidade? O que ela é?

Se colocarmos uma bola de boliche numa cama elástica, a cama se curvaria por causa do peso da bola. Em seguida, se jogássemos várias bolinhas de gude na cama, elas iriam rolar e seu trajeto seria determinado pela geometria das deformações na cama, ou seja, as bolinhas ficariam, pelo menos por um tempo, rolando ao redor da bola de boliche. Pois é exatamente isso que acontece com a gravidade. A massa dos corpos curva o tecido do espaço-tempo, fazendo com que outros corpos ao passarem por perto, caiam nessas deformações. É isso o que acontece com o nosso sistema solar, por exemplo. O Sol possui uma massa absurda, se comparado à massa dos planetas ao redor, essa massa curva o tecido do espaço-tempo, e os planetas acabam ficando “presos” nessas deformações. Como no vácuo não tem como esses corpos frearem seu movimento, eles tendem a mantê-lo, só que numa trajetória curva, ao contrário de um asteróide se deslocando por alguma porção do espaço que não possua corpos para interferirem no movimento retilíneo.

Einstein complementou a Lei da Gravitação Universal, de Newton, e deu uns retoques onde era preciso. Uma pergunta bastante cabível nesse momento seria: Por que não aprendemos a Teoria da Relatividade no colégio, ao invés das velhas Leis de Newton? As Leis de Newton servem para fins práticos, quando é preciso fazer cálculos referentes a fenômenos que ocorrem em escalas terrestres. Quando se trata de cálculos para escalas de proporções estelares, elas apresentam falhas. Isso porque são leis incompletas, que fracassaram onde Einstein triunfou.