terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ciência, Islamismo, Cristianismo e Neil deGrasse Tyson

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Neil deGrasse Tyson, Diretor do Planetário Hayden no Museu Americano de História Natural em Manhattan's Upper West Side, mostra nesse video uma interessante análise sobre religião e ciência. É comum que hoje não haja grandes dúvidas sobre as diferenças entre religião e ciência. É muito claro que uma não está para a outra (apesar de existir pessoas que tentam conciliá-las). Esse conflito básico é alardeado por ateus e religiosos (inclusive presidentes), mas será que a coisa sempre foi assim? Antes de haver essa separação, os dois conviviam unidos. Não estou dizendo que isso era positivo, afinal, o conhecimento progrediu bem mais com a cisão entre os dois. Mas, até para meu espanto, existiam povos que lidavam extremamente bem com essa situação. Como Tyson fala no video abaixo, grande parte dos nomes de estrelas possuem origem arábica, assim como os próprios algarismos que utilizamos hoje, os arábicos. A aritimética, por exemplo, foi uma criação árabe. E tudo isso se deu quando? No período em que a Europa ocidental estava apodrecendo sob o domínio da Igreja, que, ao contrário do islamismo, desestimulava a busca por conhecimento de diversas maneiras, incluindo a fogueira. Já ouvi muitos cristãos dizerem que uma prova de que a Igreja Católica ou o Cristianismo em si são verdadeiramente divinos é sua resistência como grande religião até hoje e sua própria origem, vinda de um pobre do Oriente Médio. Bom, e o que dizer da expansão para grande parte da Europa dos muçulmanos aproximadamente 1 século depois do seu próprio nascimento? Não acredito na existência do deus pregado por cristãos e muçulmanos, mas se fiar na sua expansão e longevidade, sinceramente, é uma "evidência" muito fraca de que suas crenças e seu deus são verdadeiros (afinal, o budismo, que é mais antigo que as duas, continua aí até hoje).


Estou lendo um livro sobre a origem dos povos árabes e uma passagem pelo período de surgimento e expansão da fé muçulmana são inevitáveis. Me surpreendi com a riqueza e beleza cultural e sabedoria produzida por esse povo. É, certamente, bastante confuso quando ligamos a TV e assistimos a noticiários de atentados terroristas feitos por árabes muçulmanos, posturas radicais e ignorantes. Por que a busca pelo conhecimento e sabedoria foi interrompida para dar lugar à ignorância e extremismo? Por que as crenças dos povos árabes foram desconectadas do mundo físico, assim como ocorreu com o Cristianismo? Espero que consiga responder a essas perguntas lendo o livro. Enquanto isso, fico ainda mais instigado pelo assunto vendo parte da apresentação de Tyson, nos lembrando da grandiosidade científica uma vez produzida no Oriente Médio.