segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

As Contradições Inconciliáveis do Novo Testamento - Afinal, Jesus Foi Crucificado na Páscoa ou não?

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A leitura da Bíblia é algo complexo, se quisermos realmente análisá-la historicamente. Os religiosos, e até os não-religiosos mas leigos no assunto, acham que o melhor modo de lê-la é óbvio e intuitivo, afinal, é um livro como quaquer outro, então a leremos como um livro. Porém, a Bíblia não é um livro comum, igual aos outros. O Antigo Testamento é formado por 39 livros escritos por dezenas de autores ao longo de 600 anos no mínimo. O Novo Testamento, composto de 27 livros, foi escrito por 16 ou 17 autores ao longo de no mínimo 70 anos. Todos esses livros foram compilados no que chamamos hoje de Bíblia – levando em conta também que muitos outros textos e livros foram prduzidos, mas foram excluídos do cânone. Isso significa, como veremos, que a Bíblia não é um livro uniforme e bem encadeado, apesar de ser sido construído para tal, e que, se soubermos como olhar para ele, as evidências dessas falhas aparecerão (Confira aqui o post que fala sobre outras falhas). 


Modos de se ler a Bíblia: Horizontal e Vertical
A maioria das pessoas faz uma leitura da Bíblia, chamada leitura vertical. Essa pessoa lê o livro página por página, do início até o final; começando pelo Antigo Testamento, no livro do Gênesis até a sua última página, no Novo Testamento. Mas essa é uma leitura padrão para um livro qualquer, isto é, escrito por um autor, num intervalo de tempo não muito longo e feito de maneira uniforme, o que significa que todo ele foi escrito levando em conta a existência de partes anterores que devem fazer sentido com as posteriores. Porém, os historiadores e teólogos que seguem a abordagem crítica, como o teólogo Bart Ehrman, preferem a chamada leitura horizontal. Exemplo: temos o evangelho de João e Marcos, que narram a vida de Jesus. Ao invés de lermos um evangelho de cada vez (leitura vertical), podemos ler no evangelho de Marcos sobre a morte de Jesus e depois ler sobre o mesmo período, no evangelho de João. Isso é a leitura horizontal. 

Também devemos considerar que todos os textos que formaram a Bíblia no séc. IV d.C, foram escritos separadamente, ou seja, o autor de um evangelho escrevia o seu texto sem ter consciência da existência de um autor diferente que escrevia uma outra narrativa em algum outro local. Dessa forma, esses textos não foram escritos com a intenção de um complementar o outro, mas cada um foi escrito com a intenção de ele sozinho suprir a necessidade de toda a comunidade cristã que o lia. No presente post, continuarei usando os evangelhos de João e Marcos para exemplificar melhor o que descrevi até então. 

Evangelhos de Marcos e João – Iguais, Mas Diferentes
Historiadores acreditam que o evangelho de Marcos seja o mais antigo de todos, tendo sido escrito por volta do ano 70 d.C., enquanto o de João é tido como o mais recente. Ambos os evangelhos se parecem em muitos aspectos fundamentais. Ambos descrevem, por exemplo, a morte de Jesus. O problema é que os dois evangelhos apresentam diferenças inconciliáveis, ou seja, nem mesmo apelando para a idéia da complementaridade dos relatos, podemos safar a Bíblia destes erros. Antes de prosseguir falando sobre essas diferenças, sugiro que você tenha uma boa noção da Pessach, como é chamada a Páscoa judaica.

Entendendo a Páscoa Judaica

Essa era uma festa tradicional da religião judaica, cujo objetivo era a celebração da libertação dos judeus dos domínios egípcios. Ela era celebrada uma vez por ano, a partir do início da noite, então, começava a comilança. Cada alimento na ceia tinha um significado: o cordeiro, para festejar o sacrifício deles no Êxodo; ervas amargas para lembrar os judeus de sua amarga escravidão no Egito; pão ázimo (sem fermento), para que lembrem de sua fuga do Egito, sem que o pão tivesse tempo para crescer; e, finalmente, o vinho (Marcos 14:12).
Porém, antes que a ceia começasse, ou seja, durante a tarde, antes de o Sol se pôr, era o momento de sacrificar o cordeiro, e muitos judeus o faziam indo à Jerusalém, onde provavelmente também compravam o animal. Esses horários existiam porque para os judeus, um novo dia sempre começava com o pôr do Sol, assim, a Pessach, na verdade, ocorria no dia seguinte ao sacrifício do cordeiro. De forma mais simples:
12:00 até 18:00 – sacrifício do cordeiro (final do dia)
18:00 até 18:00 do dia seguinte – ceia (início do dia)
Pronto, agora você já está pronto(a) para entender o que diz em cada um dos dois evangelhos. 

Marcos

Nesse evangelho, é relatado que na última semana de vida de seu mestre, os apóstolos perguntam onde ocorrerão os preparativos para o Pessach (Marcos 14:12). Depois disso, como que respondendo à pergunta, Jesus se dirige, junto com os outros, à Jerusalém, onde – como foi mencionado – ocorre compra e sacrifício dos cordeiros. Esse era um costume tradicional da maioria dos judeus, apesar de alguns grupos dissidentes – como os essênios – divergir de datas e métodos na comemoração. 

Assim, no dia do evento, Jesus e seus discípulos elaboram uma ceia, onde são usados os mesmos alimentos de uma tradicional ceia judaica, porém, Jesus ressignifica toda a simbologia por trás daqueles alimento (Marcos 14:22-25): 

-Pão ázimo: “Tomai, isto é o meu corpo”.

-Vinho: “Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado em favor de muitos”.
Depois disso, ocorre a célebre ida ao Getsêmani, onde Jesus espera pela chegada dos romanos junto com Judas. Enfim, pulando para mais adiante, no dia seguinte, às 9:00, ainda no Pessach, Jesus é crucificado. 

João

Não existem muitas diferenças entre esse relato em Marcos e João, mas os que existem são significativos. A principal diferença que podemos destacar logo no início dessa história é que em João, os discípulos não perguntam onde serão os preparativos para a Páscoa. Eles até fazem um lanche, mas não fazem a ceia, porque em João, nesse momento não é a Páscoa ainda. Consequentemente,  não há a parte em que Jesus atribui um novo significado aos alimentos da ceia; só o que ocorre é que Jesus lava os pés de seus discípulos (João 13:1-20). Logo depois parte para o Getsêmani e ocorre a traição. Já de cara com Pilatos, a sentença é proferida, mas João 19:14 diz que isso ocorre no momento da preparação para o Pessach. 

Afinal, é Páscoa ou não? E por que isso é importante?
Até aqui você pode ter achado interessante a divergência que ocorre nos dois escritos mas pode estar se perguntando: “Ué, mas por que isso é importante para a doutrina cristã? Afinal, de um jeito ou de outro, Jesus foi crucificado!” Exato, mas os detalhes diferentes revelam que os autores tem diferentes concepções sobre o significado da crucificação.
 
No evangelho de João, logo no início, podemos ver que ênfase o autor quer dar para esse evento e para a posição de Jesus nele. Veja esses dois trechos, citados duas vezes: “Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29 e 1:35). Isso é tão importante que é dito duas vezes. Se lembrarmos do Pessach veremos que o cordeiro exerce papel também na ceia, afinal, é ele quem deve ser sacrificado na tarde antes do início da data festiva. Nesse caso, João coloca Jesus como o cordeiro de Deus que vai tirar o pecado do mundo. O sacrifício de cordeiros sempre tido como algo que agradava à Javé, e dessa vez não seria diferente. Só que dessa vez seria dado um outro tipo de cordeiro, um que ao invés de aplacar os pecados humanos temporariamente, daria o perdão eterno por todos. E isso é evidenciado no fato de que João fez questão de modificar os dados de Marcos e adaptá-los teologicamente. Já que Jesus seria crucificado antes do Pessach, de fato, ele seria como o cordeiro que é abatido antes do evento. 

Vemos, assim, que a Bíblia não é um grande livro composto por textos que casam-se entre si, mas que possuem contradições também, e isso é explicado pelo fato de que cada um desses textos eram escritos para atender às necessidades de comunidades distintas. E tais palavras eram escritas levando em conta o significado daquilo, não a precisão histórica.

Fonte:



Comentários (24)

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Eu sou uma péssima cristã que nunca leu a Bíblia, logo, nunca tinha reparado nessas divergências. Mas, na minha opinião, isso só serve pra provar que a Bíblia não deve ser tudo na vida de alguém, não deve ser seguida 100% e sob sua própria interpretação. Achei muito interessante isso da leitura horizontal, realmente faz bem mais sentido do que sair lendo da forma tradicional.

Seus post são sempre muito inteligentes! :)
1 resposta · ativo 694 semanas atrás
Po, brigadão, Carol! hehe

Bom, não sei se vc pode se chamar justamente de uma "péssima cristã". rs Se vc resolver se rotular dessa forma, vai ter que rotular 90% dos cristãos do mundo, porque eu duvido que entre 10, 5 leiam a Bíblia. Aliás, como eu tentei mostrar nesse post também, ler a Bíblia pode não ser o suficiente...é preciso ter consciência do que está se lendo e também saber como ler.

De forma geral, eu acho que a pessoa que tem uma boa fé é aquela que se embasa mais nos significados de suas crenças e não na factualidade delas. Insistir na factualização do mito é perda de tempo; o importante é se ater ao seu significado.

Agora, ser um bom religioso, aí eu acho que é preciso saber bem sobre a história da sua religião mesmo, mas os fiéis não podem se culpar sozinhos, afinal, a Igreja Católica e as outras cristãs, insistem em "emburrecer" seus fiéis, catequizando-os com idéias que até mesmo os cursos de teologia sabem estar equivocadas e ensinam esses equívocos, como esses que eu mostro nesses posts aqui.

Valeu pelo elogio e fica ligada porque preparei mais uns posts sobre esse tema ;)
Achei interessantíssimo este post...até pqe como foi dito anteriormente, todos "são sempre muito inteligentes"!
Realmente a bíblia não está em ordem de forma alguma e é mto figurativa! Porém é importante analisar e aceitar que possam haver lacunas e isso pode ser provado e notado nitidamente! Sabemos que houve mudança de significado do velho para o novo testamento, ou seja, do período em que esperavam o Messias e do Nascimento de Cristo pra frente..e também apos a morte e ressurreição..que passou a ser para muitos, um ato de se lembrar da morte de Cristo até seu retorno à terra, que seria no caso, o arrebatamento!
Então..não há como dizer: - Quem conta um conto aumenta um ponto! ¬¬
Fato curioso!
1 resposta · ativo 694 semanas atrás
É verdade, Reby!

Bom, sobre a segunda vinda de Jesus e arrebatamento (apocalipse) fique ligada porque vou postar mais sobre isso outra hora! Te aviso. :)
Continua comentando suas proprias postagens.ahahahaha. Me avisaram mas eu não acreditei, tu é ridiculo cara.
1 resposta · ativo 693 semanas atrás
De onde vc tirou que eu estou comentando aqui eu mesmo e respondendo? Se isso fosse verdade, todos os posts do meu blog teriam comentários, no entanto, se vc der uma olhada muitos deles não tem nenhum comentário.

Vc tem alguma crítica aqui sobre o que eu escrevi no texto ou sua intenção é só trollar mesmo?
vai lêr nene
1 resposta · ativo 693 semanas atrás
haha Se vc quiser, te apresento as duas pessoas que comentaram aqui, seu troll.
Do meu ponto de vista são duas colocações sobre o mesmo fato descrita por diferentes autores apenas, não teriam que ser necessariamente iguais e nem faria sentido ser, e se fossem, talvez agora, a suspeita seria em cima de tal repetição. Quanto ao evangelho de João, no meu livro, está dito : um pouco antes a 'festa' da pascoa, não está dito 'dia' da pascoa. Por enquanto, sigo crendo primo!
1 resposta · ativo 692 semanas atrás
Oi, prima! Que bom que comentou!

O que vc diz tem sentido, porém isso não anula o fato de que os dois posicionamentos distintos sobre o dia da morte de Jesus estão diferentes e, além disso, são contraditórios entre si e foram colocados desse modo para embasar a intenção do(s) autor(es) de cada evangelho. Isso significa que não existe só uma interpretação para a morte de Jesus...existe mais de uma, dependendo do evangelho que se lê.

Ué, mas a festa da Páscoa não ocorre no dia da Páscoa?? hehe Acaba que no fim da no mesmo.
Não primo, embora você tenha dito no texto que a ceia ocorria no início do dia, que era noite já, não assegura que a festa acontecesse na primeira hora do dia, não é a mesma coisa não. Acho bom que tenhamos várias linhas de raciocíneo pra melhor dicernimento dos fatos, nem gosto de contrariar o pensamento alheio, mas.......
Vou aguardar os próximos posts sobre o assunto que você disse que ta preparando, me avisa quando estivrem prontos!
1 resposta · ativo 692 semanas atrás
Relendo agora seu primeiro comentário fiquei na dúvida. O que vc diz que na sua Bíblia ocorre pouco antes da festa da Páscoa? A sentença de Jesus proferida por Pilatos e a crucificação?

Bom, de qualquer forma, a festa da Páscoa judaica começava a partir das 18h da tarde, que é quando, na cultura judaica, o novo dia começa (ao invés de ser às 00h, como na nossa); se é dito que Jesus recebeu a sentença e foi crucificado antes da festa da Páscoa ou do dia da Páscoa, ambas as expressões querem dizer que isso ocorreu antes das 18h, ou seja, cumprindo aí a noção que João queria passar, de que Jesus era o cordeiro de Deus que seria sacrificado, assim como os cordeiros (animais) eram sacrificados mesmo antes das 18h.

Não sei se foi isso que vc quis dizer, mas se levarmos em conta que na verdade isso tudo ocorreu não antes do dia da Páscoa, mas antes de uma festa da Páscoa específica, realmente, a crucificação poderia ter ocorrido em qualquer hora mesmo, inclusive já depois das 18h, já sendo Páscoa. Porém, o evangelho de João em nenhum momento passa essa noção. Ele o tempo dá a entender que os acontecimentos ali narrados estão ocorrendo antes do dia da Páscoa, tanto é que nem a cena da ceia é contada ali. Além disso, se fosse assim, ele não passaria corretamente a noção de Jesus como sendo o cordeiro. Para Jesus realmente ser o cordeiro, era importante que João situasse sua imolação no mesmo período em que os cordeiros reais eram imolados.

Segui a linha certa ou vc nem quis dizer isso? rs

Ah, e eu acho bom vc querer contrariar os pensamentos alheios sim. hehe Como vc acha que surgem as grandes idéias por aí?

"Ahh, também se os textos tivessem sido escritos em funcão de atender comunidades destintas somente, não seria convencional, terem sido compilados. hehe, bj!"

Esse seu último comentário eu não entendi...
Ahh, também se os textos tivessem sido escritos em funcão de atender comunidades destintas somente, não seria convencional, terem sido compilados. hehe, bj!
1 resposta · ativo 692 semanas atrás
Não entendi...o que vc quis dizer??
A parte que não entendeu se refere ao último parágrafo do seu texto, quando aparentemente, você simplifica a Biblia em um livro de 'auto ajuda'. Como na verdade o que está em questão aqui são as contradições e não a morte de Jesus em sí, realmente podemos observar algumas diferenças, que porém, não distorcem que ela tenha sido divinamente inspirada. Quanto à morte, tanto em Marcos15:42 como em João 19:14 foi dito que era o 'Dia da Preparação' na semana da Páscoa, isso me faz entender que a ceia de Jesus que você se refere lá em Marcos não nos certifica que tenha acontecido no dia do evento e sim na semana dele. Dá pra ficar horas aqui tentando entender bem essa complexidade toda, me chama depois no msn... rs!
1 resposta · ativo 691 semanas atrás
Mas, prima, todo livro religioso, no fundo, é um livro de auto-ajuda, afinal, o objetivo dele, mais do que qualquer outra coisa, é consolar o povo ao qual ele se refere. Claro que é uma auto-ajuda diferente da auto-ajuda que a gente vê nesses livros atuais, mas o propósito, falando em termos superficiais, é o mesmo, isto é, ajudar as pessoas.

"Como na verdade o que está em questão aqui são as contradições e não a morte de Jesus em sí"

Falando isso parece que vc está dando a entender que as contradições em si não são importantes frente ao fato da morte de Jesus e etc. Bom, eu acho que não, justamente porque tudo o que sabemos sobre Jesus atualmente provém exatamente desses evangelhos, que possuem várias contradições entre si sobre a própria missão e vida de Jesus; algumas contornáveis, outras, não.

"não distorcem que ela tenha sido divinamente inspirada."

A questão da inspiração divina da Bíblia não pode ser atestada por nenhuma análise histórica da mesma porque é algo que pertence somente ao ramo da fé. Ou vc acredita nisso, ou não. Não existe nenhuma evidência que, racionalmente, nos faça concluir que ela foi inspirada divinamente.

"Quanto à morte, tanto em Marcos15:42 como em João 19:14 foi dito que era o 'Dia da Preparação' na semana da Páscoa, isso me faz entender que a ceia de Jesus que você se refere lá em Marcos não nos certifica que tenha acontecido no dia do evento e sim na semana dele."

Prima, na verdade, não. Segundo o costume judaico, o dia da preparação para a Páscoa começa no dia anterior ao dia dessa festa. Como o dia para os judeus começa às 18h, a preparação da Páscoa se dá 24h antes do evento, isso significa que os judeus tinham até 16h e 59min pra preparar tudo. E é em relação ao que Jesus faz nesse período que os evangelhos de Marcos e João divergem...e não é uma divergência qualquer porque além de elas serem inconciliáveis, elas foram criadas para dar determinado significado à história de Jesus. (Lembre-se, não estou entrando aqui no mérito de se os dois evangelhos estão dizendo verdade ou mentira, mas o fato é que um diz uma coisa e o outro diz outra).
A Bíblia pode ser também, além de sagrado, um livro instrutivo, e diciplinador talvez, mas consolador acho que não primo. Quanto a importância da morte de Cristo, você deve estar certo, ela é tão imensurável para os que crêem, que essas diferenças se tornam pequenas frente a fé. O que não é o meu caso, apenas até agora não conseguiram me converter aos valores contrários a qual fui conduzida, mesmo buscando conhecimento dos fatos. ' Você crer ou não crer', concordo, se a divindade pudesse ser atestada em análise, ela seria então uma outra parte da ciência. E a tendência é essa, aos que crêem se inclinar em defesa do evangelho, e para o oposto disso, a probalidade é mesmo o empenho em mistifica-lo, enquanto o correto seria pelo menos tentar entender, compreender e aceitar a diversidade cultural do ser humano. Esse assunto dá pano pra manga né!? hehe...
Isso tudo que vc falou entra em "consolador", prima. Claro, os livros que compõem a Bíblia (não ela em si, ou seja, a compilação de textos) foram escritos para consolar um povo - o judeu - que sofria de diversas maneiras: invasões de povos estrangeiros, disputas internas por poder, desastres naturais e etc - assim como o povo árabe em geral. Portanto, esses textos tinham como objetivo oferecer esperança a eles, esperança de que aquele sofrimento tinha um propósito, que era uma vida de bonança após a morte (ou ainda em vida, como aparece explitiado no início do A.T.). E, nesse sentido, para ajudá-los nessa missão, esses textos oferecem uma série de regras, lições de vida, filosofias, pensamentos e etc, "mandados por Javé" - conforme a crença judaico-cristã.

"O que não é o meu caso, apenas até agora não conseguiram me converter aos valores contrários a qual fui conduzida, mesmo buscando conhecimento dos fatos."

O que vc quer dizer com "valores"?

"se a divindade pudesse ser atestada em análise, ela seria então uma outra parte da ciência."
Pois é...se a existência de Deus, deuses ou qualquer do tipo fosse possível de ser comprovada cientificamente, qual seria o valor da fé, não é? rs

"enquanto o correto seria pelo menos tentar entender, compreender e aceitar a diversidade cultural do ser humano."

Mas é exatamente isso que é feito. O problema é que quando analisa-se a Bíblia, por exemplo, buscando a compreensão da mesma, são descobertas coisas que às vezes contrariam ou, pelo menos, oferecem visões alternativas às da fé dominante no momento. Aì é que nascem as discussões como as que estamos tendo agora. rs Mas, lembrando que discussões como essas são saudáveis e ocorrem o tempo todo entre os estudiosos que estudam esse tipo de assunto.

Aliás, queria que vc visse essa série de entrevistas aqui, com o maior especialista em mitologia que já viveu rs. O Joseph Campbell. Dá uma olhadinha: http://filosofiacomcafe.blogspot.com/2009/04/o-po...
'Pois é...se a existência de Deus, deuses ou qualquer do tipo fosse possível de ser comprovada cientificamente, qual seria o valor da fé, não é?' ... Sim, sim! Foi isso mesmo que eu disse!!! rs
Valores? Fundamentos morais ou espirituais da conciência humana.
Vou conferir o link mais tarde!
(consciência) ..
1 resposta · ativo 691 semanas atrás
"O que não é o meu caso, apenas até agora não conseguiram me converter aos valores contrários a qual fui conduzida, mesmo buscando conhecimento dos fatos."

Mas valores morais independem de religião, assim como espiritualidade também independe disso. O ser humano, como espécie, é capaz de seguir certos valores morais sem que precise de uma religião apoiando. Então, mesmo que vc modifique sua fé, ou a perca ou qualquer coisa do tipo, nada lhe impedirá decontinuar enxergando os mesmos valores morais que agora.

Ah, facilitei seu trabalho...achei no youtube o video que eu queria te mostrar.
Concordo, em nenhum momento eu disse o contrário. Eu disse que a fé é um valor a qual fui conduzida e levo comigo, a questão da moralidade é uma outra parte, e reafirmando o que você disse, independe de religião. Aliás, tem muitos incrédulos que nesse aspecto dariam aula pra muitos cristãos. Você me interpretou mal eu acho!
1 resposta · ativo 691 semanas atrás
Ahh sim...rs Entendi agora. Viu o video aí em cima??? :)
Assisti, vou baixar os outros pra ver também... bj!

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