Post original do blog Humanismo Brasil
O texto a seguir é baseado neste artigo do Futurity.org , que fala sobre um estudo da Universidade de Chicago com crianças e grupos raciais, que explora como é feita a divisão em grupos sociais na infância.
O exercício consistia em exibir uma foto de uma criança de
determinada cor falando em um idioma (inglês) e depois mostrar duas
fotos de adultos, um de cor diferente da criança mas falando o mesmo
idioma dela, e outro de mesma cor da criança mas falando outro idioma.
Como no exemplo da foto abaixo, um garoto branco falando inglês é
exibido, e em seguida um homem negro falando inglês, e depois um branco
falando francês. Nunca era mostrado um adulto de mesma cor falando o
mesmo idioma da criança.
O teste foi aplicado em 5
grupos de crianças - 5-6 anos brancas, 5-6 anos negras, 9-10 anos
brancas, 9-10 anos negras, e 5-6 anos brancas de uma região mais
homogênea (com menos negros) - que deveriam então responder a pergunta
"com qual dos dois adultos a criança se tornará mais semelhante quando
crescer?".
Na faixa etária de 9 a 10 anos, a maioria
respondeu que a criança se tornaria mais semelhante ao adulto de mesma
cor, mesmo falando outro idioma, tanta para brancos quanto para negros. O
mesmo aconteceu com crianças entre crianças negras entre 5 e 6 anos.
Porém, as brancas de 5 a 6 anos responderam que a criança da foto se
tornaria mais semelhante ao adulto com mesmo idioma, ambas da comunidade
mais homogênea quanto da mais heterogênea.
Algumas
das conclusões do teste, levando em conta outros estudos que mostram
como crianças que fazem parte de minorias são mais conscientes de
preconceito e estereótipos, mostra como crianças são observadoras quanto
a vocabulário e sotaque de modo que a língua pode ter um papel maior
que a etnia na definição das preferências de um indivíduo por outros.
O
artigo também apresenta uma alternativa no entendimento de como
crianças desenvolvem conhecimento de categorias sociais. Alguns defendem
a teoria que categorização ocorre independente da cultura enquanto
outros afirmam que as categorias são o resultado da cultura. Os dados
apresentados podem ser interpretados como um indício que algumas
distinções são formadas no início da infância, enquanto outras como o
conceito de raça podem ser altamente variáveis através de grupos sociais
e culturais.
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